Disciplina Técnicas de Interpretação I

Entender o teatro como um organismo vivo, como expressão da energia em vibração do conjunto dos seus elementos sensíveis e consciencialização para o papel do actor como elemento fundamental desse organismo, como um criador que compartilha o tempo e o espaço ficcional em equilíbrio com os outros “parceiros” - o texto dramático, a encenação, o cenário, a música, a luz –, cuja contribuição se constitui como uma das partes da riqueza do tecido teatral, é o foco principal desta Unidade Curricular. Orientada para a transmissão de uma pedagogia cujo propósito não é apenas a preparação física dos alunos de artes dramáticas, mas antes uma educação integral que englobe o corpo, a voz, a razão e a emoção, bem como a aquisição de uma cultura de referências indispensável à formação de um actor completo, tecnicamente preparado e culto. Uma espécie de “centro de pesquisa e investigação” onde se explora as questões fundamentais da natureza da interpretação e a relação actor/público.

Não aplicável

1. Métodos, disciplinas, técnicas e competências na formação do actor: - O corpo, a voz e a elocução - elementos fundamentais; - A disponibilidade física e a presença cénica. 2. Noções estruturantes dos processos de improvisação teatral e do sentido de “Jogo”: - o indivíduo em jogo – atitude, acção, inércia, movimento, gesto; - acção psicofísica: o gesto “habitado” - relação entre sensação, percepção, memória e imaginário;   - aspectos relacionais: a contracena - escuta e atenção dirigida ao/s parceiro/s de jogo; importância da interacção entre a intenção, o contexto e a concretização da acção; - da improvisação à composição cénica - aplicação. 3. O actor-criador: noção da importância e da responsabilidade da iniciativa individual do actor e consciência do seu papel fundamental em todo o processo criativo: - concepção e concretização de projetos performativos a partir de diferentes elementos: textos dramáticos e não-dramáticos, músicas, objectos, pinturas etc.

- A prática na aula articula a pesquisa com exercícios de interpretação a partir de suportes dramatúrgicos diversos: promove a abertura do imaginário, da subjetividade e da criatividade e consolida as competências técnicas de interpretação. - Incute-se no grupo a noção da importância, para a sua formação, em serem espectadores informados nos espetáculos apresentados nos palcos da cidade ao longo do ano; a posterior crítica em relatório escrito obriga à fundamentação das opiniões. - Apresentações à comunidade: exercícios práticos a desenvolver em grupo sobre textos poéticos, em prosa ou dramáticos que, pelo confronto com o público, permitem refletir a evolução do trabalho individual e colectivo de aquisição de competências de análise, de interpretação e criação. - Assiduidade e pontualidade – 10% - Exercícios individuais e relatórios – 15% - Empenho, qualidade de participação e evolução - 35% - Trabalhos práticos em grupo - 40% - Sem exame final. Frequência de 75% das aulas. 

Konstantin Stanislavski, "A Minha Vida na Arte" Konstantin Stanislavski, "A Preparação do Actor" Michael Théckov, "To the Actor – on the technique of acting" Cicely Berry, "Voice and the Actor" Peter Brook, "O Espaço vazio" Declan Donnellan, "The Actor and the target" David Mamet, "True and False: Heresy and Common Sense for the Actor" Mark Crossely and James Yarker, "Devising Theatre with Stan's Cafe"