Analisar e Refletir as Políticas Sociais e a Interculturalidade

A Universidade Lusófona, Centro Universitário do Porto, promoveu mais uma aula aberta enriquecedora, com o objetivo de analisar e refletir sobre as políticas sociais e a interculturalidade, com ênfase nos desafios da intervenção social em Portugal.

A oradora convidada foi a Professora Hélia Bracons, Diretora da Licenciatura em Serviço Social da Universidade Lusófona do Centro Universitário de Lisboa.

A professora Helia Bracons, começou a sua apresentação começando por partilhar a sua vasta experiência profissional e destacou a importância de desenvolver sensibilidade e cuidado para com o próximo na área do Serviço Social. Salientou que é crucial que o assistente não se limite as necessidades básicas da pessoa atendida, mas que se dedique igualmente a identificar aspetos mais amplos e complexos, como a origem e características individuais de cada pessoa, promovendo uma intervenção mais eficaz e empática.

Hélia Bracons alertou ainda para a diferença entre multiculturalidade e interculturalidade. Enquanto a multiculturalidade refere-se à coexistência de várias culturas numa sociedade, sem uma ênfase direta na interação, a interculturalidade representa um processo de interação, troca e diálogo significativo entre diferentes culturas, procurando compreensão e convivência harmoniosa.

Como principais organismos públicos responsáveis por atender e informar os imigrantes em Portugal, referiu o Alto Comissariado para as Migrações (ACM) e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Ambos promovem o acolhimento integrado e a resolução de procedimentos legais, estabelecendo parcerias privilegiadas com entidades atuantes em contextos de proximidade. O ACM, por sua vez, concentra-se em vários eixos, desde políticas de integração de imigrantes até incentivos e apoio ao regresso dos cidadãos aos seus países de origem.

Destacou-se também a importância do apoio em tradução e interpretação para assuntos burocráticos e judiciais, fornecendo aos imigrantes conhecimento das leis e a sua aplicação, com muitos serviços já disponibilizando gabinetes de apoio jurídico gratuito.

A aula aberta não deixou de abordar a questão dos direitos humanos, enfatizando que esses direitos têm como base a promoção e integração das pessoas num mundo cada vez mais globalizado e diversificado. A convivência e o compartilhamento de projetos comuns num mundo diverso são fundamentais, sendo o respeito ao direito à diferença conjugado com a ideia de dignidade dos direitos humanos essencial para o futuro.