Projeto Borba Tex: Resíduos da Uva Transformados em Bio-Pasta para Moda e Design

A Universidade Lusófona está na vanguarda da inovação sustentável com o projeto de uma bio-pasta criada a partir de resíduos da produção vinícola. Esta solução foi desenvolvida por uma equipa de investigadores e docentes da Universidade, em colaboração com a Câmara Municipal de Borba e a Adega de Borba. O projeto foi apresentado no III Simpósio de Moda e Indústria Têxtil e do Vestuário (ITV), realizado pela universidade, e já desperta interesse no mercado nacional e internacional.

Liderado por Alexandra Cruchinho, diretora de Design e Produção de Moda da Universidade Lusófona, e pelos docentes e investigadores Mónica Gonçalves e João Barata, a equipa desenvolveu uma bio-pasta sustentável a partir de folhas e engaços da produção de uvas, materiais tradicionalmente descartados após as vindimas. “Este projeto representa uma fusão entre ciência e design, para criar um produto inovador que possa ser utilizado em diversas aplicações, desde moda até ao design de equipamentos”, afirmou diretora.

O designer Luís Buchinho, conhecido pelo seu trabalho na alta-costura, participou ativamente no desenvolvimento e aplicação do Borba Tex no setor da moda, contribuindo com a sua visão criativa. “A moda está cada vez mais direcionada para soluções sustentáveis, e o Borba Tex tem o potencial de se tornar uma referência neste campo. Testámos o material em acessórios e calçado, e os resultados têm sido promissores”, comentou Buchinho.

O apoio da Câmara Municipal de Borba e da Adega de Borba foi essencial para a realização deste projeto. Sofia Dias, Vereadora da Câmara Municipal de Borba, destacou a importância da iniciativa para a região. “O Borba Tex' não é apenas uma inovação, é uma oportunidade para Borba se reposicionar como um centro de inovação sustentável. A Câmara está comprometida em apoiar projetos como este, que valorizam os nossos recursos e trazem novas oportunidades para a comunidade local”, afirmou.

Andreia Gonçalves, representante da Adega de Borba, sublinhou a importância de uma abordagem sustentável na indústria vinícola. “Esta parceria permite à Adega de Borba valorizar ainda mais a nossa produção, transformando o que antes era considerado resíduo numa matéria-prima de alto valor. Estamos muito orgulhosos de fazer parte deste projeto que promove a sustentabilidade e a inovação”, declarou Andreia.

A equipa da Universidade Lusófona está agora a testar as diferentes aplicações do Borba Tex para avaliar o seu potencial de mercado. “Já estamos a testar o material com os estudantes, e os resultados preliminares são muito promissores”, explicou Alexandra Cruchinho, que também sublinhou o forte caráter local e sustentável do projeto. Ela destacou que a bio-pasta está em processo de patenteamento, uma etapa que será crucial para a sua entrada no mercado.

O Borba Tex tem um futuro promissor. A expectativa é que o produto seja apresentado em feiras de inovação e moda, tanto a nível nacional como internacional, logo após o registo da patente. O projeto representa, assim, uma nova abordagem para a sustentabilidade, mostrando que é possível transformar resíduos em oportunidades e criar uma sinergia entre ciência, design e economia local.

Produção
Ana Azevedo

Imagens
Carolina Cebanu

Edição
Cristo Chikalle